Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

08 - CIDADANIA * Falando de Carnaval...


Qualquer pessoa só se levanta depois de cair. Esta verdade, dita de La Palisse, é frequentemente esquecida pelos incautos e desprezada pela jactância militante.

Situações há em que da queda não se levanta, carecendo do auxílio alheio.

Verdade verdadinha que quase todos nós já demos uma queda e dela mos levantámos ou fomos levantados. Pois é, como diz o rifão, quem anda à chuva, molha-se…

Às vezes, por uma boa causa, arriscamos a intempérie. Aí, a molha vale como sacrifício recompensado.

Ah, mas outras vezes, arriscamos a intempérie por algo que não vale o sacrifício. E aí, ganhamos a molha e, não raro, uma constipação. Nestes momentos, vale a sabedoria que conheço desde criança: deus manda ser bom, mas não manda ser parvo.

Nem sempre discernimos a boa causa do logro. A sedução da boa causa leva o logro a vestir as roupagens da boa causa e é nessas situações que claudica o discernimento. Que fazer? É da humana condição a cedência à sedução, seja genuína, seja uma mascarada perversa.

Meditar nestas coisas vulgares do quotidiano é um exercício prudente e ensina-nos que todo o carnaval tem a sua quarta-feira de cinzas.

A quarta-feira de cinzas é, como sabemos, o primeiro dia da Quaresma, dia que simboliza o dever da conversão, logo a alteração da vida descuidada, etc.

Este carnaval que vivemos e consentimos terá a sua quarta-feira de cinzas. Uns vão na leva, outros ficam-se olhando o desfile, esperando nem eles saberão exactamente o quê. E assim, crédulos e incrédulos, olhamos a comédia a que assistimos e que simultaneamente representamos.



José-Augusto de Carvalho
19 de Janeiro de 2014.
Viana*Évora*Portugal

sábado, 4 de janeiro de 2014

08 - CIDADANIA * Hora Política



Andam por aí uns quantos reclamando que a Constituição da República carece de revisão. Até eu concordo, a bem do primado da Lei e da Democracia.

Aos doutos reclamantes proponho esta alteração fundamental, a ser referendada, de modo deliberativo e não consultivo, a fim de que o Povo sem voz se pronuncie de vez:


Artigo - Todos os governantes, seja Poder Central, seja Poder Regional, seja Poder Local, cumprirão escrupulosamente os seus programas sufragadas pelo Povo Eleitor.

Único – O incumprimento total ou parcial provocará a sua destituição pelo Tribunal Constitucional, com efeitos imediatos, e a convocação de novo acto eleitoral.


Vamos a isto?



José-Augusto de Carvalho
4 de Janeiro de 2014.
Viana * Évora * Portugal