I
Quando soube de ti,
era tarde demais
para te conhecer!
Quando soube de ti,
era tarde demais
para ouvir-te cantar!...
Quando soube de ti,
era tarde demais,
tarde demais, em Beja?
II
Que jardins perfumaram
a sombra enamorada
de sonho e meio-dia?
Que enfeitiçadas sedes
mitigaram as fontes
de espanto e sedução?
Que inseguros trinados
ensaiaram felizes
hinos de primavera?
Que ilusão me embriaga
de respirar os ares
que respiraste um dia?
III
Nos lábios de romã
da doce Xerazade
o dulçor dos teus versos…
Os poentes de sangue
entardecem ainda
a tua amada Beja…
Nas auroras de Maio,
os campos em promessa
da tua amada Beja…
IV
Enquanto houver memória
de Vida e Poesia,
nunca é tarde demais
na tua amada Beja!
Que por ti e por nós,
assim seja, Poeta!
José-Augusto de Carvalho
29 de Janeiro de 2014.
Viana * Évora * Portugal