A Rosa dos Ventos - Ponta de Sagres, Portugal
Recuso ser, na noite, a sombra que desenha
a angústia indefinida e fria deste cais.
O que tiver de vir, se mais houver, que venha,
Mostrengo, Adamastor e Fim do Nunca Mais!
O leme se quebrou. Ao vento, as rotas velas
ensaiam os sinais das barcas à deriva.
Que velhas perdições?! Na consciência delas,
assombram predições doendo em carne viva.
Que venham os pinhais gritar o desafio
do tempo por haver que acena o amanhecer
além deste torpor indefinido e frio!
Que venha a tentação sortílega tecer,
com arte e com engenho, o já lendário fio
da espera que germina um novo acontecer!...
José-Augusto de Carvalho
20 de abril de 2010.
Viana * Évora * Portugal
(Apenas com este poema me é possível assinalar a Revolução dos Cravos, ocorrida em 25 de Abril de 1974.)
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