O MEU RIMANCEIRO
.
(Que viva o cordel!)
*
A inércia não existe!
Adoptaste o modelo acabado
que anunciam, na praça, os arautos.
Neles crêem talvez os incautos
e deveras os bem instalados.
Mas o tempo recusa parar,
num vaivém de alcatruzes de nora
que descendo é a angústia que chora,
que subindo é o alvor a cantar.
Movimento perpétuo da vida,
de mudança em mudança prossegue.
E não há quem recuse ou quem negue
esta Lei que é de todos sabida.
O passado previu o presente,
o presente prevê o futuro.
Sob a terra, no húmus obscuro,
vigorosa, germina a semente…
Sempre assim, de mudança em mudança,
cada fim anuncia um nascer.
A verdade perene de ser,
desbravando caminhos, avança.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 3 de Outubro de 2017.
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