Nunca o ano foi ruim por haver fartura
Pois é, a safra será sempre boa quando corresponde em quantidade e qualidade ao esforço-objectivo da sementeira? Ou convirá determinar o que é uma boa sementeira e também uma boa safra?
Diz a sabedoria dos povos que «quem semeia ventos, colhe tempestades». Posto isto, facilmente se entende que semear ventos não corresponderá a uma boa sementeira; logo colher tempestades, ainda que fartas, também não constituirá uma boa safra.
A memória dos homens regista os malefícios dessas muitas e muitas sementeiras e muitas e muitas safras envenenadas. E, apesar disso, as sementeiras e correspondentes safras continuam, para nossa desgraça.
Recentemente, falando com um amigo, dizia-me ele que essa história das ideologias já não conta. Tentei, em vão, recordar-lhe que o Pensamento do Homem determinou as correntes de opinião e delas decorrem as diversas respostas aos problemas, constituindo uma riqueza colectiva a nunca desprezar. Manteve a sua opinião.
Sabendo todos nós que, em democracia, das correntes de opinião resultaram os partidos políticos, concluiremos que que aquela posição do meu amigo é a negação das correntes de opinião enquanto tal responsáveis e responsabilizáveis.
Não quero nem posso acreditar na falência do Pensamento do Homem, mas sei que a opinião que divulgo aqui é subscrita por muitas pessoas, numa evidente condenação dos partidos políticos que nem sempre respeitarão como é seu dever os ideários de que se reclamam. E da falência do Pensamento do Homem ao ressurgir do homem-salvador vai um passo. E a História aí está a dar-nos conta desses homens-deuses e dos rosários de amarguras que provocaram.
Até sempre!
Gabriel de Fochem
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