Trombetas atordoam a alvorada.
Descendo vai a ponte levadiça.
A castelã deslumbra, delicada,
vestida de brocados e preguiça.
À sombra do longevo campanário,
erguido no estertor dos tempos velhos,
ainda vive o mártir do Calvário
nas folhas já sem cor dos Evangelhos.
Mortiça, a luz das velas, na capela,
mal alumia a Cruz da redenção.
Paramentado, o padre se desvela
no ofício de servir o castelão.
No altar, exposto, o cristo, abandonado,
exangue se mantém crucificado.
José-Augusto de Carvalho
17.12.2007
Viana * Évora * Portugal
In «Da humana condição», 2008
In «Da humana condição», 2008
2 comentários:
Meu caro
Vamo-nos contentando com o sentido e o sentimento das palavras. E este seu Cristo crucificado do QUADRO MEDIEVAL,para além de exemplo e de referência, continua a ser um dos últimos redutos da esperança.
Que ela não seja avara em 2008.
Felicidades e inspiração para novas palavras.
Um abraço do António Bondoso
Gostei muito de seu Blog. Fiz link no meu.
Abraços
Marta Bellini
Maringá, PR
Brasil
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