Para Jerónimo Sardinha
Da memória do tempo levanto
a magia daquela alvorada.
Foram armas e cravos de espanto
perfumando uma terra de nada.
A palavra, a doer, clandestina,
finalmente a mordaça arrancava!
Era o verbo, que tudo ilumina,
que, qual raio, na terra se crava.
E na terra de nada, a sangrar,
florescendo, as papoilas estendem
o seu manto a pulsar o querer
da manhã que, sorrindo, a chegar,
traz os astros que nunca se rendem
aos tentáculos do anoitecer.
José-Augusto de Carvalho
20 de Maio de 2008.
Viana*Évora*Portugal
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