Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

05 - REFLEXÕES * Na Praça do Desplante



Conta-se que dois mentirosos, dos mais afamados do meio, decidiram defrontar-se, para definirem qual deles seria o mais criativo.

Dos vários temas propostos, concordaram em escolher a política.

A Praça do Desplante estava lotada.

No palanque, exuberantes, os dois amigos, agora antagonistas.

A assistência, expectante, olhava.

O primeiro mentiroso, depois de simular uma atitude reflexiva, disse:

--- Meus amigos, todos nós estamos felizes com a situação que vivemos. Finalmente, temos um governo socialista!

Um ah! em surdina malagitou a Praça do Desplante.

O segundo mentiroso, assumindo um ar pesaroso, reconheceu:

---Quem não sabe que sempre fui um grande mentiroso! Mas, aqui, perante todos, sou obrigado a confessar que nunca conseguiria dizer uma mentira tão grande.

Outro ah! em surdina malagitou a Praça do Desplante.

Depois, em boa ordem, a assistência recolheu a suas casas.

Ficaram agitando o silêncio da praça vazia os versos maiores da cantiga...

E nós, pimba! E nós, pimba!


Gabriel de Fochem

Segunda-feira, 17 de Abril de 2006.

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