Conta-se que dois mentirosos, dos mais afamados do meio, decidiram defrontar-se, para definirem qual deles seria o mais criativo.
Dos vários temas propostos, concordaram em escolher a política.
A Praça do Desplante estava lotada.
No palanque, exuberantes, os dois amigos, agora antagonistas.
A assistência, expectante, olhava.
O primeiro mentiroso, depois de simular uma atitude reflexiva, disse:
--- Meus amigos, todos nós estamos felizes com a situação que vivemos. Finalmente, temos um governo socialista!
Um ah! em surdina malagitou a Praça do Desplante.
O segundo mentiroso, assumindo um ar pesaroso, reconheceu:
---Quem não sabe que sempre fui um grande mentiroso! Mas, aqui, perante todos, sou obrigado a confessar que nunca conseguiria dizer uma mentira tão grande.
Outro ah! em surdina malagitou a Praça do Desplante.
Depois, em boa ordem, a assistência recolheu a suas casas.
Ficaram agitando o silêncio da praça vazia os versos maiores da cantiga...
E nós, pimba! E nós, pimba!
Gabriel de Fochem
Segunda-feira, 17 de Abril de 2006.
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