Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

03 - O MEU RIMANCEIRO * Fadário

O MEU RIMANCEIRO

(QUE VIVA O CORDEL!)

*
Fadário




Sal e azar foi a comida
que existia para mim

e que depois foi mantida
na espelunca do delfim.


Depois, comi como gente,
mas foi sol de pouca dura...

E hoje não sei se sou gente
ou uma cavalgadura!


Aves, ovinos... -- que praga! --
foram mais outros azares.

De sabor a povo, a vaga
era gasosa... só ares!


E no fim da minha estrada,
quem quer por verdade, agora,

a sentença requentada
de que só mama quem chora?



José-Augusto de Carvalho
Viana * Évora * Portugal

(poema da década de 80, estava no baú do esquecimento)

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