Sal e azar foi a comida
que existia para mim
e que depois foi mantida
na espelunca do delfim.
Depois, comi como gente,
mas foi sol de pouca dura...
E hoje não sei se sou gente
ou uma cavalgadura!
Aves, ovinos... -- que praga! --
foram mais outros azares.
De sabor a povo, a vaga
era gasosa... só ares!
E no fim da minha estrada,
quem quer por verdade, agora,
a sentença requentada
de que só mama quem chora?
José-Augusto de Carvalho
Viana * Évora * Portugal
(poema da década de 80, estava no baú do esquecimento)
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