O MEU RIMANCEIRO
(QUE VIVA O CORDEL!)
*
(QUE VIVA O CORDEL!)
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A balança
Põe os pratos na balança!
Pesa-me um quilo de pão
e dez gramas de esperança
para eu comer ao serão.
Põe os pratos na balança
e deixa a dança parar.
Se não parares a dança,
no peso vais me enganar.
Sei que de pobre não passo,
quer tu me enganes ou não,
enquanto tolhe o meu braço
a insana resignação.
Talvez este tempo mude,
porque a inércia não existe,
e eu podendo o que não pude
faça o que tu nunca viste.
E quanto hoje tão mal aprontas,
numa gula sem parança,
serão parcelas das contas
a pesar noutra balança.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo. 21 de Janeiro de 2017.
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