(CANTO REVELADO)
A perpétua construção
Dórdio Gomes, Pintor alentejano, com a devida vénia
Nem pratos de ilusões ou de lentilhas…
Nem taças do elixir dos desvarios…
Só quero do pão asmo das partilhas,
em sopas, no gaspacho, p’los estios.
O vinho e o pão devidos ao sustento,
para que o meu labor de cada dia
não sofra reduções de rendimento
nem mal augure os tempos de invernia.
O vinho e o pão do ajuste equitativo
que me garante a força do meu braço
e a minha condição que assumo e vivo
no que recuso e no que inteiro faço.
Que eu saiba ser plural na dimensão
multímoda e em perpétua construção.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 29 de Novembro de 2017.
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