Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

08 - CIDADANIA * Tempos difíceis


Nestes tempos que vivemos, os acontecimentos que nos desgostam e/ou nos indignam sucedem-se a um ritmo avassalador.
Sei que é recorrente esta afirmação, mas nem sempre há a predisposição para o silêncio. Como diz o velho rifão: Um homem não é de ferro!
Vivemos tempos difíceis!
Vivemos tempos difíceis, fundamentalmente devidos à acção despudorada do Homem.
Em todas as latitudes, há violência: a violência da fome; a violência da carência; a violência da intolerância; a violência do esbulho; a violência dos conflitos armados; a violência dos jogos obscenos de poder e de opressão.
Hoje, os telejornais abrem, via de regra, com notícias de desgraça, de desprezo pela Vida, de insulto e humilhação.
Vivemos tempos difíceis!
A globalização da desumanidade e da infâmia é a realidade de todas as horas.
E se é verdade em termos globais, adentro do nosso pequeno mundo também as coisas não irão melhor.
Hoje, pessoa amiga visitou-me para me dar a notícia da morte de alguém que bem conhecíamos. Este facto banal não motivaria a redacção de qualquer texto. Afinal, morrer é a consequência natural de qualquer ser vivo. A Morte vive connosco. É a única certeza que temos nesta vida!
O que motivou estas linhas foi constar que a pessoa morreu há três ou quatro dias e só ontem se ter sabido.
Esta funesta ocorrência levanta a interrogação: os Centros de Saúde, as Juntas de Freguesia, as Câmaras Municipais não têm sinalizadas as pessoas em risco, designadamente as que vivem sozinhas?
É com desgosto e indignação que vivo estes dias de desumanidade e violência.
Li, há anos, um texto de autor brasileiro, cujo nome não recordo, no qual, uma personagem dizia: «Se o mundo é isto, parem o «bonde» (carro eléctrico), porque eu quero sair.»
Até sempre!
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José-Augusto de Carvalho
3 de Setembro de 2014.
Viana*Évora*Portugal

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