O MEU RIMANCEIRO
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Badaladas
O relógio bateu as doze badaladas.
É meio-dia.
No caldo, o pão, em sopas mergulhadas,
a minha fome antiga desafia.
O vinho sabe ao sol do mês de Agosto
e canta ainda as modas das vindimas.
São pérolas de imagens e de rimas
que exaustas esmorecem ao sol-posto.
A fome e a sede --- angústias e cansaços
que não saciam sono nem salário…
Ah, que alba assombra o meu imaginário
querendo-me a medida dos meus passos?
Que trágica ironia me condena
tolhido a suportar
o obsceno gargalhar
de uma qualquer hiena.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 10 de Abril de 2018.
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