Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

17 - POEMÁRIO * Terra antiga


CLAVE DE SUL
.
Terra antiga 

Dórdio Gomes, Pintor Alentejano
(Com a devida vénia)

Para
Andrade da Silva e Serafim Pinheiro,
Capitães de Abril, meus Amigos



Na manhã sem palavras, a brisa 

orvalhada desliza 

no meu rosto. 

Na carícia de honesta ternura, 

sinto o gosto 

e o perfume da fruta madura. 

Terra antiga, 

suada e desnuda, 

que não muda 

quando a noite é de treva e castiga. 

Terra antiga de mágoas carpindo 

quando a força esmorece… 

Terra antiga do sonho mais lindo 

que entre mágoas e dor se levanta 

e manhã na manhã que amanhece 

polifónica canta. 

Terra antiga de Abril e de Maio maduro, 

que é de mar e de pão e de vinho! 

Terra antiga inventando o caminho 

do futuro 

com açordas de audácia e pão duro… 





José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, 13 de Setembro de 2018. 

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