Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

sábado, 15 de março de 2008

06 - ROMANCEIRO * Da insanidade

        
   
Se não encantas cantando,
por que teimas em cantar?
Se não convences falando,
por que insistes em falar?

Quem não sabe que deliras,
ouvindo as tuas mentiras?

Quem não sabe que a vaidade
é toda a tua verdade?

Quem não sabe que Narciso
teve mais modéstia e siso?

És o anverso e o reverso
da mesma falsa moeda,
mácula do pátrio terso
que resiste e que leveda...

És o direito e o avesso
da casaca já no fio,
que, na feira, é adereço
dos arautos do sandio.

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