Texto lido na Biblioteca Luís de Camões, Alvito,
na tarde de 29 de Março de 2008.
Visitar Alvito é uma romagem ao passado. Ao meu passado.
Algumas das minhas raízes aqui estão.
Meus bisavós Catarina das Dores Pacheco e José António Direitinho, avós maternos de minha mãe, eram naturais de Alvito. Daqui partiram para mourejar em terras algarvias e de lá regressaram ao Alentejo, à vizinha Viana, onde se radicaram definitivamente. E lá repousam, em jazigo de família.
Também minha bisavó Margarida Miquelina (ou Marcolina) Santos, avó de meu pai, era natural de Alvito. Aqui a veio buscar como esposa meu bisavô Augusto de Carvalho, de Viana. E em Viana viveu e repousa, em campa de família.
Como sempre acontece quando se parte definitivamente da terra natal, os descendentes terão dificuldade em recuperar os laços, porque a roda da vida não dá tréguas e impõe exigências de sobrevivência que vão diluindo aqueles mesmos laços.
Não sei e gostaria de saber se aqui tenho parentes. E não digo isto por curiosidade, mas por sentir uma nostalgia profunda do tempo que não foi o meu, mas que vive em mim como um apelo do sangue.
Tantos anos depois, esse mesmo sangue que correu nas veias dos meus antepassados e corre agora nas minhas, regressa a Alvito. Aqui me trouxe a feliz coincidência de o poeta conimbricense Xavier Zarco ter ganho o Prémio de Poesia Raul de Carvalho, instituído pelo município de Alvito, com «O Livro de Regresso», e a Edium Editores ser responsável pela publicação da obra premiada e do meu ramalhete de versos a que dei o título de «Da Humana Condição».
Venho da vizinha Viana, meu berço, ao qual regressei depois de uma ausência de 40 anos em Lisboa. Um desterro!
A este berço dos meus antepassados trago a saudade imperecível e o desejo de ser aceite como seu filho também.
Ao poeta Xavier Zarco devo a introdução e a apresentação do livro «Da Humana Condição».
Ao editor Jorge Castelo Branco devo a publicação deste mesmo livro.
Aqui deixo a ambos a minha gratidão.
A todos os que se predispuseram a estar aqui, o meu muito obrigado.
Desejo que o meu livro fale de mim e por mim e que encontre em cada um dos seus leitores o abraço amigo àquele que chega intranquilo, mas seguro de que a vida é um caminho que só nós poderemos construir.
Bem-hajam!
José-Augusto de Carvalho
29.3.2008.
Algumas das minhas raízes aqui estão.
Meus bisavós Catarina das Dores Pacheco e José António Direitinho, avós maternos de minha mãe, eram naturais de Alvito. Daqui partiram para mourejar em terras algarvias e de lá regressaram ao Alentejo, à vizinha Viana, onde se radicaram definitivamente. E lá repousam, em jazigo de família.
Também minha bisavó Margarida Miquelina (ou Marcolina) Santos, avó de meu pai, era natural de Alvito. Aqui a veio buscar como esposa meu bisavô Augusto de Carvalho, de Viana. E em Viana viveu e repousa, em campa de família.
Como sempre acontece quando se parte definitivamente da terra natal, os descendentes terão dificuldade em recuperar os laços, porque a roda da vida não dá tréguas e impõe exigências de sobrevivência que vão diluindo aqueles mesmos laços.
Não sei e gostaria de saber se aqui tenho parentes. E não digo isto por curiosidade, mas por sentir uma nostalgia profunda do tempo que não foi o meu, mas que vive em mim como um apelo do sangue.
Tantos anos depois, esse mesmo sangue que correu nas veias dos meus antepassados e corre agora nas minhas, regressa a Alvito. Aqui me trouxe a feliz coincidência de o poeta conimbricense Xavier Zarco ter ganho o Prémio de Poesia Raul de Carvalho, instituído pelo município de Alvito, com «O Livro de Regresso», e a Edium Editores ser responsável pela publicação da obra premiada e do meu ramalhete de versos a que dei o título de «Da Humana Condição».
Venho da vizinha Viana, meu berço, ao qual regressei depois de uma ausência de 40 anos em Lisboa. Um desterro!
A este berço dos meus antepassados trago a saudade imperecível e o desejo de ser aceite como seu filho também.
Ao poeta Xavier Zarco devo a introdução e a apresentação do livro «Da Humana Condição».
Ao editor Jorge Castelo Branco devo a publicação deste mesmo livro.
Aqui deixo a ambos a minha gratidão.
A todos os que se predispuseram a estar aqui, o meu muito obrigado.
Desejo que o meu livro fale de mim e por mim e que encontre em cada um dos seus leitores o abraço amigo àquele que chega intranquilo, mas seguro de que a vida é um caminho que só nós poderemos construir.
Bem-hajam!
José-Augusto de Carvalho
29.3.2008.
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1 comentário:
Camarada José-Augusto,
Fui uma honra ter apresentado o teu livro. Ter partilhado contigo estes dois instantes, quer no Alvito como em Viana do Alentejo. Para que saibas e para que conste, interessa somente quem está e, também, quem se envolve para que tudo corra pelo melhor, mesmo que fisicamente não esteja.
E mais, quem não ler o teu livro é que perde.
É dos melhores que tive a oportunidade de ler nos últimos anos. E, muito provavelmente, já li mais do que devia.
Da minha parte, conta com todo o meu apoio na divulgação desta obra, como sei que também te irás empenhar nessa mesma, e mais do que necessário, divulgação.
Gosto de estar ao lado de quem dá a cara.
Um abraço
Xavier Zarco
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