Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

06 - ROMANCEIRO * Estes caminhos





Conheço ainda todos os caminhos

que cruzam estes campos malamados.

Aqui, eram mais densos os montados

e neles o temor fazia os ninhos…



Além, as limpas abrem horizontes

que foram já de pão e dura faina.

Ainda, abandonados, ermos montes

resistem ao torpor que não amaina.



No inverno, venta rijo e dói o frio.

No estio, o sol requeima sem piedade.

Deambula o tempo como um cão vadio

que, dócil, nem da fome já se evade…

 

E eu fico perguntando-me, obstinado,

que espero, aqui, inútil e parado?



 
José-Augusto de Carvalho
25 de Novembro de 2011.
Viana*Évora.Portugal

1 comentário:

Conceição Paulino disse...

uma pergunta para a qual só cada um de nós sabe a resposta, ou busca-a. Bjs