Há vidas que nunca morrem.
Ninguém as pode matar.
São chagas do nosso corpo,
sempre, sempre a supurar.
Chagas que nenhum unguento
irá conseguir sarar,
chagas que um golpe de vento
sempre, sempre faz sangrar.
Chagas que são carne viva
doendo só de as olhar,
chagas de voz aflitiva
e sempre, sempre a gritar.
Chagas de um tempo passado
e a nosso lado a passar,
chagas de um tempo parado
sempre, sempre a supurar.
São chagas de todos nós,
que ninguém pode calar.
São chagas sonhando a voz
que também sabe cantar.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 23 de Outubro de 2016
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