O MEU RIMANCEIRO
(Que viva o cordel!)
(Que viva o cordel!)
*
Isto é uma paródia!...
Consigo trazem sempre a solução
Os donos da verdade são assim
Ficam vaidosos se dizemos sim
Ficam danados se dizemos não
Os donos da verdade não consentem
Sequer que se lhes peça um fundamento
Sequer o mais vulgar aclaramento
Protestam e trejuram que não mentem
E passam a olhar-nos de través
Como se fosse crime perguntar
Como se fosse crime reclamar
Sabermos em que chão pomos os pés
Eu quero que a verdade seja o pão
Pousado sobre a mesa e repartido
E dele comerei o meu quinhão
Que por direito é meu e me é devido.
Que sempre o que é verdade se revele
Sem artifícios e nenhum ornato
Se me dão lebre quero ver-lhe a pele
Gato por lebre nunca no meu prato
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 19 de Outubro de 2016.
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