(CANTO REBELADO)
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Manifesto da evasão
Nos campos ermos, onde o tempo mais parece
alento já não ter, não sei se vou sozinho
ou se partilho com alguém este caminho
que desafia ousar --- que nunca desfalece…
Não leio nos jornais notícias do futuro!
Não vejo nas tevês imagens de albas novas
nem na telefonia escuto as vivas trovas
cantando a luz e a cor do dia que procuro…
Aqui, apenas me pergunto e nada mais?
Que inércia ou prostração no tempo que não pára?
Que demissão de ser ou que renúncia ignara
ferrou as velas que palpitam neste cais?
Não quero acreditar na angústia dos meus olhos…
Quero outra vez o mar de vento e rebeldia!
Quero outra vez o mar de longe e de ousadia!
Quero outra vez o mar ainda que de escolhos!
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 3 de Maio de 2018.
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