Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

17 - POEMÁRIO * Na queda



TEMPO DE SORTILÉGIO 


Na queda 





Sem rede ou outra protecção --- a queda! 

No circo, o povo aplaude, delirante! 

O pão e o circo, em Roma, por bastante! 

A negação por si mesma leveda! 



Com Ceres, haja pão, vindima e vinho! 

Com Baco, venha, trágico, o delírio! 

Com César, haja arenas de martírio! 

Que a perdição se cumpra por caminho! 



Saturno, indiferente, o tempo mede. 

O livre arbítrio é doutra dimensão 

e condição, parcela doutra soma… 



O bárbaro não pode e fraco cede… 

Sem tempo, arenas, circo, vinho e pão 

o império glorificam --- Viva Roma! 







José-Augusto de Carvalho 
2 de Janeiro de 2019. 
Alentejo * Portugal 


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