O MEU RIMANCEIRO
(Que viva o cordel!)
.
De viagem…
Vai o tempo de longada.
O velho Cronos assume
a rota determinada,
haja aplauso, haja queixume.
Tão velho como a velhice,
cumpre a rota decisiva,
como se ninguém ouvisse
dos milhões da comitiva.
É o chefe que se aferra
à condição que detém.
Quem não quer, que fique em terra!
Não se obriga aqui ninguém!
Todo o tirano é assim:
quem não lhe aceita as vontades
ou tem a morte por fim
ou definha atrás das grades…
Fez escola esta conduta:
disse um, o Estado sou eu;
outros há de forma astuta
o comum fazendo seu.
Daqui terá derivado,
já milenar, todo o mal,
desde os circos do Passado
ao presente carnaval.
Haja pão, haja folia,
tudo o mais logo se vê!
Viva quem assim se adia,
morra sem saber por quê!...
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 9 de Março de 2018.
Sem comentários:
Enviar um comentário