Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

sábado, 3 de março de 2018

03 - O MEU RIMANCEIRO * Pão salgado



O MEU RIMANCEIRO 

(Que viva o Cordel!) 


Pão salgado 





É assim o dia a dia: 

todos iguais, nada muda! 

É uma monotonia 

ou é um “Deus nos acuda”? 



Não sei bem por que razão 

se espera que os outros tragam 

a mezinha ou a unção 

para os males que nos chagam… 



Esperar um salvador 

é do domínio da crença, 

mas viver, seja onde for, 

a nossa acção não dispensa. 



Quem quer isto ou quer aquilo, 

lute para o conquistar; 

ficando alheio e tranquilo, 

não tem por que protestar? 



Se alguém não fizer por mim 

o que por mim nem eu faço, 

como posso achar ruim 

sofrer o mau por que passo? 



Só quem come o pão suado 

sabe o gosto que o pão tem! 

Pão pelo suor salgado 

nunca fez mal a ninguém. 





José-Augusto de Carvalho 
Alentejo, 2 de Março de 2018. 


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