Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

02 - POESIA VIVA * À bolina...



CANTO REVELADO 
À BOLINA… 





No meu alforge trago a referência: 

a sede no cantil mitigada, 

a fome no taleigo saciada, 

a paz duma frugal sobrevivência.. 



No peito trago o coração pulsante 

de velas navegando contra o vento 

clamando em qualquer tempo é o momento 

de ser e de rumar para diante. 



Que fique para trás o tempo morto 

que apenas é presente na lembrança 

e nas saudades raras de criança 

consegue dar-me instantes de conforto. 



O tempo é este tempo que me imponho: 

o tempo meu --- doutro nenhum disponho… 





José-Augusto de Carvalho 
11 de Dezembro de 2018. 
Alentejo * Portugal

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