O MEU RIMANCEIRO
*
Caminheiro
Nesta minha condição
de estar-ser em movimento,
no bornal da solidão
carrego, por alimento,
bagas rubras de medronho,
tontas de silvestre sonho.
Passam por mim, prazenteiros,
os eternos aprendizes,
sonhando-se feiticeiros
de perfumes e matizes,
atapetando as estradas
de falácias e outros nadas.
Condescendo, num sorriso,
responder-lhes aos acenos.
É linear o meu juízo:
desencontros de somenos
são hiatos na paisagem
de qualquer tempo em viagem.
José-Augusto de Carvalho
3 de Junho de 2009.
Alentejo * Portugal
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