TEMPO DE SORTILÉGIO
*
Tanto me tardas!...
Tanto me tardas --- e tão longe moras!
Olho o relógio --- lentos, os ponteiros…
Mais me parecem séculos as horas!
Na noite dos silêncios carcereiros,
uivam os cães a dor da solidão,
alheios a relógios e ponteiros…
E tu me tardas tanto na ilusão
de nos sonharmos vivos outra vez,
aquém e além da nossa perdição…
Não tardes mais --- será que tu não vês,
dos longes onde moras,
que os séculos das horas
nos perdem… e de vez?
José-Augusto de Carvalho
25 de Dezembro de 2018.
Alentejo * Portugal
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