Nas estradas e encruzilhadas da vida, liberto das roupagens da vaidade e da jactância, tento merecer esta minha condição de ser vivo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

17 - POEMÁRIO * Tanto me tardas!...


TEMPO DE SORTILÉGIO 


Tanto me tardas!... 





Tanto me tardas --- e tão longe moras! 

Olho o relógio --- lentos, os ponteiros… 

Mais me parecem séculos as horas! 



Na noite dos silêncios carcereiros, 

uivam os cães a dor da solidão, 

alheios a relógios e ponteiros… 



E tu me tardas tanto na ilusão 

de nos sonharmos vivos outra vez, 

aquém e além da nossa perdição… 



Não tardes mais --- será que tu não vês, 

dos longes onde moras, 

que os séculos das horas 

nos perdem… e de vez? 





José-Augusto de Carvalho 
25 de Dezembro de 2018. 
Alentejo * Portugal

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