Há muitas situações que resistem não pela sua bondade mas por nos termos
habituado a elas, derivando desta habituação a sua permanência. Sabendo embora
que provocarei controvérsia, haverá que agir com determinação e
extirpá-las.
Na toponímia, encontramos algumas dessas situações. Há quem
sustente que a substituição na toponímia corresponderá ao apagar da História.
Discordo. A toponímia tem a finalidade de homenagear e só se homenageia quem
merece. O objectivo da História é outro.
O Poder Político tem quase sempre a
fraqueza de homenagear os seus correligionários, numa óbvia perspectiva de
facção. Se é verdade, e a História atesta-o, que a vida socio-política é uma
sucessão de facções no Poder, não é menos verdade que há figuras acima das
facções. Há figuras de todos os tempos merecendo a nossa homenagem, ainda que,
aqui e ali, possamos discordar do seu pensamento ou da sua acção.
Outras
situações há de evidente inadequação, quer pela sua irrelevância relativa, quer
por estranhas à nossa realidade concreta.
Além de figuras pacificamente
aceites como nacionais ou internacionais, sustento que cada região (e até cada
povoação, porque não?) terá o dever de homenagear a sua gente.
Porque assim
entendo, é com mágoa que verifico a ausência de homenagem toponímica de figuras
do Alentejo, do nosso concelho e de cada uma das suas freguesias.
Algumas
dessas figuras, falecidas há muito, terão caído no esquecimento. Mau caminho é o
da perda da memória!
Quero crer que os boletins municipais deveriam
encarregar alguém para tanto habilitado de avivar a memória do colectivo,
trazendo da penumbra dos tempos as figuras que, pela sua acção, mereçam ser
recordadas colectivamente. E, depois desse trabalho, ser ponderada a homenagem
toponímica.
Neste como em todos os demais trabalhos que subscrevo, limito-me
a usar de um elementar direito de cidadania – o direito de ter e de exprimir
opinião.
Até sempre!
José-Augusto de Carvalho
18 de Agosto de 2012.
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