Não canto, não me apetece
nem há motivo p’ra tal.
Se a Primavera trouxesse
outra canção no bornal,
ai, aí, eu cantaria
o elogio da Poesia.
Versos raiados de cores
e de silvestres perfumes,
embriagados de amores
sem ciúmes nem queixumes.
Versos rubros de manhã
em doçuras de romã.
Todo o meu cantar tem hora:
é quando o sonho entretece
deslumbramentos de aurora
e a vida viva acontece.
Quem tem hora p’ra cantar
o tempo de mal andar?
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Setembro de 2016.
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