Para os Capitães de Abril Andrade da Silva e Serafim Pinheiro
e para todos os Homens de Abril que nos ajudaram a entrever a esperança
O Cabo Não dobrámos com denodo.
E nele levantámos o padrão,
memória do querer de um povo todo
que a medos e renúncias disse não.
O Cabo Bojador também dobrámos!
E fomos, com Pessoa, além da dor...
E foi de dor em dor que tanto ousámos
até que o mar impôs o Adamastor!...
O Cabo das Tormentas era o medo
maior, o nunca visto nem sonhado!
O Capitão do Fim, olhando o Medo,
gritou: ou morro aqui ou és dobrado!
Agora, falta o Cabo da Desgraça!
E agora? Agora, a gente ou morre ou passa!
José-Augusto de Carvalho
Lisboa, 13 de Setembro de 2012.
Do livro em preparação: «Canto rebelado»
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